terça-feira, 15 de novembro de 2011

SWU Music & Arts Festival 2011 - IN BRAZIL




A segunda edição do SWU, festival que foi realizado em Paulínia, interior de São Paulo,aconteceu entre os dias 12 e 14 de novembro. O evento, encerrado na madrugada desta segunda (14), teve como ideia principal unir música, arte e sustentabilidade.
Foram mais de 70 atrações nacionais e internacionais se revezando em três palcos. O espaço onde aconteceu o evento é de 1.700.000 m², sendo 445m² só para arena de shows.

Ao todo, 179 mil pessoas compareceram aos três dias de festival.

Também houve espaço para praça de alimentação, incluindo um localexclusivo para vegetarianos e estruturas para exposição de artes com o tema de meio ambiente.

O II Fórum Global de Sustentabilidade SWU reuniu nestes três dias 29 palestrantes nacionais e internacionais. Entre eles, os cantores Neil Young e Bob Geldof e a atriz Daryl Hannah.


Primeiro dia

No sábado (12), primeiro dia do evento, o destaque foi o reggae, o pop e, principalmente o rap. Entre os shows nacionais, estavam Emicida, representante da nova e boa safra do nosso hip hop, e o experiente Marcelo D2, que cantou hits solo e de sua época no Planet Hemp, como Mantenha o Respeito.

Damian Marley mostrou seu reggae pop e, claro, homenageou o eterno pai famoso, Bob, por meio de hinos do gênero como Get Up Stand Up e IsThis Love.

Snoop Dogg transformou o lugar em uma balada black. Carismático e usando óculos escuros trazendo seu nome estampado nas lentes, ele fez todos dançarem ao som de Drop it Like It´s Hot, Beautiful e outros. De quebra, o rapper ainda deixou o palco dançando ao som de Minha Fantasia, dos pagodeiros do Só Pra Contrariar.

Kanye West subiu ao palco às 21h35 e, ao contrário de Snoop, trouxe um rap mais elaborado. Uma das surpresas do show foi a participação de Fergie, em All of the Lights.

O Black Eyed Peas fechou a primeira noite. O cantor will.i.am, que também fez um set de DJ, chegou a cantar um rap que dizia “Black Eyed Peas forever”. Em outro momento, Taboo também disse, versando, para que as pessoas não acreditem no fim da banda. Existem muitos boatos pairando na internet sobre a saída de Fergie - inclusive que isso seria anunciado nesta noite. O que se entendeu sobre o assunto é que o BEP pode até dar um tempo a qualquer momento, mas não será o fim.

A banda garantiu o show, apostando em canções certeiras como Imma Be, Pump it, Don´t Stop the Party e Shut Up.

O Black Eyed Peas foi o grande destaque do primeiro dia no SWU (Foto: Ag News)

Segundo dia

No domingo (13), o SWU misturou atrações para públicos de todas as idades e gostos musicais. Entre os destaques, estavam Hole, Duran Duran, Lynyrd Skynyrd, Peter Gabriel e Chris Cornell.

A chuva caiu forte e atrapalhou um pouco o brilho do evento; atrasou artistas e houve até briga entre a equipe do Ultraje A Rigor e Peter Gabriel. Enquanto isso, a banda americana Tedeschi Trucks Band brindou o público com rock, soul e folk.

A primeira grande atração deste dia, Chris Cornell, deixou o rock pesado de lado e apresentou um set acústico com sucessos de sua
carreira, do Soundgarden e do Audioslave. Claro que os fãs preferiam vê-lo cantando com a banda de Seattle, mas valeu pelo vozeirão de Cornell.

Os anos 80 foram relembrados pelo Duran Duran e seu pop bacana. Do outro lado, Courtney Love gritou e polemizou mais do que deveria. Ela chegou a fazer piadas com os Foo Fighters e mostrou os seios para o público.

Em um palco menor, os adolescentes puderam conferir as apresentações do japonês Miyavi e do Simple Plan.

Tocando pela primeira vez no Brasil, os americanos do Lynyrd Skynyrd deram uma aula de rock com fortes pitadas de blues e folk. O souther rock da banda foi comemorado, principalmente, pelos amantes do rock clássico e pelos motociclistas que viajaram até o SWU só para vê-los. Entre os destaques, estiveram Free Bird , Simple Man e o rockão sulista Sweet Home Alabama.

Último dia

Na segunda (14), a despedida do SWU 2011 foi festejada por bandas e artistas que fizeram sucesso, principalmente, nos anos 90. Entre eles, Alice in Chains, Faith No More, Primus, 311, Sonic Youth e Stone Temple Pilots.

Às 13h50, o show no palco principal foi estreado pelos Raimundos debaixo de chuva. Mesmo assim, não houve atrasos nem brigas. Há 10 anos na estrada sem os vocais de Rodolfo, Digão mostrou que pode tocar guitarra e cantar não só as novas composições, como os velhos sucessos. A banda entrou no festival por meio do voto popular.

Depois, o ex-baixista do Guns N´Roses, Duff enfileirou bons riffs de hard rock com sua banda, a Duff Mckagan´s Load. Foi a segunda vinda deles ao Brasil. Nem é preciso dizer que os “gunners” apoiaram o ídolo.

Uma das atrações mais aguardadas pelos fãs de heavy metal, o Down é liderado por Phill Anselmo, ex-cantor do Pantera. O som pesadíssimo somado ao lado souther rock foi aclamado pelos headbangers de plantão. Muitos deles, claro, também esperaram para encontrar, mais tarde, o Megadeth. Apesar de Dave Mustaine ter tocado ano passado no Brasil, o show do Megadeth permaneceu lotado até o fim.

O 311 mistura rock pesado com levadas funk e rap. Típico som que fez muito sucesso nos anos 90, assim como o Primus e o Faith No More, a banda animou com canções ensolaradas.

Já o trio Primus chamou a atenção pelo seu líder, o cantor e baixista descomunal Les Claypool. Tommy the Cat e John the Fisherman foram as mais aplaudidas nessa primeira vinda deles ao país. Foi um privilégio assistir a um grupo nada convencional, e ainda atual, no palco principal.

Bem conhecido do público indie brasileiro, o Sonic Youth se apresentou diversas vezes por aqui. Mas o que chamou mais atenção dessa vez foi o fato dos líderes da banda, a baixista e cantora Kim Gordon e o guitarrista e cantor Thurston Moore, terem se divorciado há pouco tempo. Os boatos diziam que o grupo, que mistura rock e barulho dos bons, está perto do fim. Nenhum integrante se manifestou à respeito.

Quem gosta de Sonic Youth se identificou com o som do Balck Rebel Motorcycle. A banda fez um som com influências de blues, folk e rock, aliado as muitas guitarras "sujas".

O Stone Temple Pilots tocou no Brasil ano passado e mostrou um show com poucas novidades para quem já havia assistido a banda. Mesmo assim, o quarteto agradou aos amantes do rock anos 90, com um hard rock competente e honesto. O destaque, claro, ficou por conta do mega hit Plush, de 1992.

O Alice in Chains mostrou o novo vocalista e conseguiu agradar aos fãs antigos (Foto: Daia Oliver)

Um dos shows mais esperados do festival foi o Alice in Chains. E o quarteto não decepcionou. Mesmo coma morte prematura do cantor Laney Stanley, o grupo voltou aos palcos com um novo CD, Black Gives Way to Blue (2009) e um ótimo vocalista. O líder, segunda voz e guitarrista Jerry Cantrell, chamou o amigo William DuVall para a nova formação. Nesta noite, mesmo sem ter todo o carisma de Stanley, ficou evidente que DuVall se esforça e, na maioria das vezes, é eficiente para o cargo no AIC.

Além de tocarem as novas composições, a banda grunge relembrou antigos sucessos, como Angry Chair, Would?, Them Bones e, claro, Man in the Box.

Mesmo com seu fim anunciado há tempos, coube ao Faith No More fechar a última noite do SWU com seu funk metal pra lá de alternativo. Mike Patton já é velho conhecido dos brasileiros e sabe como entreter seus admiradores. Então, a banda entrou com o jogo ganho.

Patton, como era de se esperar, fez suas caretas malucas e se mostrou um cantor inigualável, indo dos tons mais graves, passando pelos agudos e arrancando gritos medonhos.

Virando a madrugada, o público cantou em coro os sucessos Surprise! You're Dead, Midlife Crisis, King for a Day... Fool for a Lifetime, Easy e Epic.

Just A Man teve a ajuda de crianças do Coral da Gente, de Heliópolis. No bis, a grande surpresa foi uma canção inédita, ainda sem nome, que vem sendo tocada na turnê pela América do Sul. A banda não comenta nada, mas tudo leva a crer que o FNM pode estar preparando um novo CD.

Próxima edição

Eduardo Fischer confirmou aos jornalistas presentes ao SWU que o festival terá uma nova edição, nos mesmos moldes, no ano que vem. O local permanecerá o mesmo: a arena montada na cidade de Paulínia, no interior paulista. Para que os problemas com o clima sejam evitados, segundo ele, a data do evento não será mais em novembro.

- Podemos fazer em outubro ou em setembro.

Outra mudança acontecerá na área de camping, que recebeu criticas do público. De acordo com quem se hospedou, o abastecimento de água era cortado após as 22h e os banheiros não tinham iluminação noturna, entre outros problemas.

- Fizemos um estudo de solo e vamos implantá-lo em outro lugar no ano que vem.

De acordo com o organizador, ainda não há nenhuma banda contratada para o evento, que também será feito em três dias.

- Mas posso afirmar que tem muita gente querendo vir pra cá. O Brasil hoje é um pólo extraordinário para a realização de shows.

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